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A Rebeliao das Almas – Flavio Vieira

“Alma”, termo derivado do latim anima, refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo, o que é animado ou o que faz mover. Na Bíblia, a “alma” é a pessoa, a vida que ela usufrui. Na doutrina espiritualista, a “alma” está presa temporariamente a um corpo material, presa a um ciclo de reencarnação temporário, o que anima o corpo carnal, que está nele e vive na Terra temporariamente. Na ciência moderna, alguns cientistas tentaram encontrar evidências de sua existência e natureza, porém falharam em decifrar o seu segredo. A alma sempre foi motivo de controvérsia entre as diferentes denominações religiosas e crenças, mesmo porque nunca foi totalmente compreendida, explicada ou observada. Apenas acreditava-se que ela era uma energia divina; a existência além da matéria, funcionando como uma bateria dando vida e animação para o corpo. Tire a bateria e o corpo não funcionará. Devido ao pouco conhecimento e às mentes focadas ao mundo material, a humanidade até então não imaginava o imenso poder adormecido que possuía adormecido dentro de si. As pessoas mal sabiam da importância que era a busca pelo sonho pessoal e como isso implicava em sua existência, ao contrário da busca pela fama e pelo dinheiro. Finalmente, é chegado o dia em que um homem que se dedicou a esse segredo descobrisse o poder oculto em cada alma. Porém, seu coração estava tomado pela amargura e ódio da humanidade. Decidiu guardar sua descoberta para si e para quem seguisse sua filosofia. Ele usaria contra o mundo a maior descoberta já feita. Terra – Meado do século XXI Era um dia como outro qualquer. As pessoas estavam ocupadas com seus afazeres. Estudantes preparavam-se para os testes que estavam por vir, dando início às avaliações, alguns estavam mais preocupados, já que não entendiam o conteúdo, enquanto outros já dominavam e gastavam seu tempo livre se divertindo com seus amigos em algum lugar especial. Como o sol estava forte naquele dia, seria ótimo ir à praia ou a algum clube para aproveitá-lo. Homens e mulheres trabalhavam pensando na hora de chegarem às suas casas e reverem seus filhos, aqueles que os tinham, ou reverem seus parentes que não viam com muita freqüência. Em alguma parte do mundo já era noite, e as pessoas estavam exaustas depois de um dia cansativo e estressante. Já para outros, geralmente jovens, era hora de sair noite a fora para divertir-se ou festejar algum evento qualquer. Eram cerca de 20h em Washington – D.C e cerca de 8h em Tóquio quando o sinal satélite foi roubado e usado para transmitir uma mensagem que iria mudar o mundo, infelizmente, para pior. Uma imagem surgiu nos televisores. Um homem de cabelo preto e alguns fios grisalhos, barba curta, bigode e pele queimada do sol. O homem proclamou ser, a partir daquele instante, a suprema lei e poder do mundo.


Ele ordenou que os representantes de cada país entregassem o governo a ele; caso não aceitassem e não se rendessem de maneira pacífica, o seu imenso exército iria dominar à força país por país. O misterioso homem, após passar por um breve momento de decisão, determinou aos presidentes de cada país vinte e quatro horas para pensarem em sua proposta. Eles já sabiam das conseqüências, dependia deles escolher com sabedoria e cautela o futuro de todo uma raça. O homem, cuja imagemaparecia em todos os televisores e sites populares, deixaria que os representantes usassem o sinal do satélite durante as vinte e quatro horas para mandarem suas respostas. E após o término do tempo, o sinal seria usado por ele para ditar suas ordens de acordo com as decisões. Enquanto o homem, que se dizia ser a suprema lei do mundo, falava em inglês, sua fala era traduzida para as línguas específicas de cada país através de legendas. Sua voz era grave e inflexível. O mundo inteiro passava por momentos de dúvida e surpresa. Para alguns, era a piada do século, as pessoas não acreditavam que alguém poderia tomar posse do mundo e esperava que fosse entregue em vinte e quatro horas, nem os maiores exércitos do passado, como o império romano, pôde algo tão ousado. Enquanto o tempo passava, nenhum dos presidentes pensava em entregar os seus respectivos países para um louco que se achava superior às forças de cada país. Aqueles que tinham tecnologia de ponta tentavam descobrir de onde viera a mensagem e como o sinal fora roubado. As vinte e quatro horas se passaram, e o homem que aparentava estar na meia-idade voltara para dar suas ordens. Como nenhum país havia aberto suas portas a ele, a supremacia do mundo enviou seu imenso exército, como havia prometido, para tomar cada país à força. A transmissão foi cortada e todos aguardavam o que iria acontecer sem saber ao certo se era real ou se era uma brincadeira de muito mau gosto. De repente, pessoas com roupas pretas começaram a aparecer de todos os lugares cercando todas as casas, edifícios, lojas e todos os cantos das grandes cidades. Eles estavam em maior número onde os presidentes de cada país se localizavam. Cada grupo de soldados trazia consigo uma bandeira vermelha com a figura de um sol negro e uma sigla, B.M.S.E (Sangue, mente e alma pelo Führer, em inglês), escrita em preto. Em menos de um dia o mundo inteiro foi se rendendo a esta força surpreendente e inacreditável, as pessoas se perguntavam se aqueles seus inimigos eram realmente humanos, pois tomaram país por país, alguns com armas de fogo outros com armas brancas e alguns até de mãos vazias e não havia exército que se comparasse a eles. Em pouco menos de uma semana, o homem que deu a mensageminstalou-se na Europa e proclamou sua ditadura. “A partir de hoje todos pagarão por seus pecados. E por se acharem maiores que minhas forças, a começar por hoje, homens e mulheres a partir de dezoito anos trabalharão para o meu exército até ficarem velhos e, então, trabalharão cuidando das crianças que serão educadas com a minha filosofia nas escolas. O meu exército é agora a suprema lei e aqueles que o desafiarem, serão punidos com a morte” – pronunciou-se.

E aquele era apenas o começo de uma era sombria que estava por vir. O mundo não sabia de que pecado o ditador se referia, mas sabia que não podia fazer nada se quisesse viver. Os mais sábios compreendiam que estavam diante de uma força sobrenatural. Algo que era totalmente diferente do que conheciam. Alguns anos se passaram e surgiu a Liga de Brian Oak, que tentou tomar o poder do ditador. Mas ninguém foi páreo para o tirano e seu exército, o que serviu apenas para demonstrar o tamanho de seu poder. Quando as esperanças estavam perdidas, surgiram boatos da existência de uma organização rebelde que possuía a mesma fonte de poder do exército e que prometia acabar com todo aquele sofrimento. Apesar desta nova motivação, todos hesitavam, pois em suas mentes estava gravado o símbolo que trouxe o pesadelo à realidade. Capítulo 1 A Organização Rebelde Rio de Janeiro, Brasil – Cinco anos após o início da ditadura. Em uma sala de aula, no período matutino, um professor lecionava história. Relembrando como iniciou a nova era da ditadura há cincos anos. Os alunos prestavam atenção em cada detalhe e anotavam o que podiam em seus cadernos. Todos, menos um garoto sentado na última carteira da última fileira da sala. Ele não parecia interessado nem preocupado com a matéria. O lado de fora da sala parecia mais interessante, prendendo sua atenção. Quando teve início a ditadura, foram construídos dormitórios para servirem como escola e moradias para os jovens de até dezessete anos, facilitando a fiscalização dos estudantes. O garoto tinha dezessete anos. Seu cabelo era curto, como era exigido pelo exército, e castanho. Tinha a pele clara, l,70m de altura, média dos jovens da época. Os olhos eram castanho-escuros com uma expressão cansada e vazia no rosto. O corpo magro dava a impressão de que não era forte, mas ele sabia defender-se caso precisasse. Não demorou muito quando o sinal do almoço soou. Cada estudante teria uma hora e meia para descansar e comer alguma coisa. A maioria seguia para seus respectivos apartamentos para suas refeições, mas naquele dia o garoto de expressão vazia resolveu levar o almoço consigo e comer ao ar livre no terraço do dormitório. Quando caminhou até a porta rumo ao corredor movimentado, uma garota o interceptou: True! Vai almoçar no terraço novamente? – indagou a garota percebendo a vasilha de comida que o garoto carregava.

– É meu dever te alertar sobre seu horário. Sempre que resolve ir ao terraço, você se atrasa. Já te falei que isso pode complicá-lo! E me complicar! – ela deu ênfase na última parte. A garota era uma dos representantes da classe, assim, era o seu dever cuidar dos problemas que surgiam, no caso, a pontualidade dos alunos. Ela era um pouco mais baixa que ele, o cabelo castanho-escuro estava preso atrás da cabeça, demostrando sua expressão irritada, concluindo que aquela não era a primeira advertência que dera. Duas alunas estavam logo atrás observando o comportamento do garoto que era olhado torto por uma das alunas. Não irei me atrasar. Assim que terminar minha refeição, estarei de volta – prometeu True saindo da sala antes que a representante tivesse mais alguma coisa a se queixar. A voz do garoto transmitia um tom amigável, não era tão grave nem muito aguda. Assim que chegou ao terraço, ele alimentou-se e deitou em uma sombra que a estrutura das escadas oferecia, observando o céu e as nuvens que se moviam vagarosamente. O mesmo céu de todos os dias – pensou ele. True parecia entediado. A expressão sempre séria era tópico de conversa entre os alunos que se perguntavam se o garoto havia alguma vez sorrido. Mesmo com o intervalo entre os períodos, ninguém aparecia para ficar ao seu lado. A solidão era sua única companheira, mas ele não parecia importar-se. Ele, assim como era realidade para muitos, não via seus pais e parentes há muito tempo. Aos poucos a ditadura ia transformando o mundo, as pessoas iam sendo mandadas para diferentes países a mando do exército para a realização de algumas tarefas. O garoto ainda sonhava que tudo mudasse um dia, ao contrário de muitos que se adaptavam a nova era. Houve aqueles que lutaram, mas isso já era passado, as últimas tentativas de retomar o controle haviam acontecido há dois anos e, desde então, todos pensavam em somente seguir as leis e ficaremvivos. O exército possuía um poder oculto que todos desconheciam e aqueles que o desafiaram não duravam mais do que um ano. Já estava na hora de True voltar à sua sala de aula. Antes que a representante viesse procurá-lo, ele apanhou suas coisas e se preparou para voltar. Ele descia pelas escadas de incêndio quando avistou um pequeno grupo de alunos conversarem entre um dos andares que passava. True achou estranho o local que o grupo adotara para falar entre si, uma vez que a escada de incêndio só era usada para emergências e quando os elevadores estavamcongestionados. Ou talvez, assim como ele, o grupo queria ficar sozinho.

Eu não acredito nisso, seria loucura! – sussurrou uma garota, que parecia ser do ensino fundamental, para um garoto de série avançada. True agachou-se para ouvir melhor sobre o que os alunos conversavam. Eu concordo com ela, acho tudo isso uma bobagem – falou uma garota mais velha, discordando de algo. É verdade, acreditem! Meu amigo garante que viu com os próprios olhos! Um homem criou uma espécie de muro dourado que repeliu o ataque dos soldados! – retrucou o garoto de série avançada. Repeliu o ataque dos soldados? — True se surpreendeu ao ouvir. E não é só isso, Lúcia. Há boatos de que eles estão procurando por novos membros. Talvez essa organização possa enfrentar o exército! — Outro garoto, de mesma idade, tentava defender a história do outro aluno. Uma organização que pode enfrentar o exército? Isso seria possível? Rebeldes? – True tentava imaginar sem conseguir conter um sorriso que nasceu junto à esperança. Agora, vamos, ou chegaremos atrasados! O pequeno grupo se desfez deixando o caminho livre para que True chegasse ao seu andar. Ele já não conseguia manter sua atenção na aula; agora, com aquelas informações, ele não pensaria em outra coisa. Despois das aulas da tarde, todos os alunos voltavam para seus respectivos dormitórios para passarem a noite. Apenas em raríssimas ocasiões, era permitido que os jovens saíssem nesse período. Mas teriam de voltar antes do toque de recolher. True saiu de sua sala e foi até o primeiro piso, onde havia construído uma passagem que levava para o lado de fora do dormitório, só ele sabia de sua existência. A passagem dava acesso à parte dos fundos do dormitório, local onde se tinha pouca iluminação, o que facilitava não ser visto. Logo ao lado do prédio ficava uma antiga academia que agora estava abandonada. Através de uma passagem estreita, o garoto pôde entrar na antiga instalação. Assim que adentrou, ele dirigiu-se ao centro de um antigo ringue de box onde se encontrava um saco de areia usado no treinamento da arte marcial, e retirou a parte superior de sua farda, uniforme que todos os alunos deveriam usar. Uma camisa sem mangas, branca, de algodão estava por baixo da farda. Depois de fazer um rápido aquecimento, o garoto começou a golpear sem cessar o saco de areia. Do lado de fora, ele podia ouvir uma tropa marchando, seguindo seu percurso diário. Quando terminou sua série de golpes, o menino apanhou uma garrafa térmica em sua mochila e bebeu seu conteúdo. Cansado, sentou-se e aproveitou para olhar cada canto do lugar abandonado, perguntando-se se no passado, muitas pessoas vieram a frequentá-lo. Quando sua respiração se estabilizou, agarrou uma toalha que tinha trazido e limpou o suor que escorria da lateral de seu rosto.

Exausto para fazer mais exercícios, caminhou até o outro extremo do salão onde se encontrava um rádio amador. O garoto ligou alguns componentes que serviam para vários fatores, um deles era evitar que o exército soubesse a origem do sinal. Ele puxou uma cadeira velha e sentou-se para dar início à transmissão. “Bom fim de tarde a quem estiver me ouvindo. Meu nome é True, True Constantine. Eu sei que devemachar meu nome estranho para alguém, como eu, que nasceu e cresceu no Brasil, mas tenho uma árvore genealógica bem complicada. Meu pai é britânico e minha mãe americana. Eles se conheceram aqui no Brasil, onde vieram morar e se casaram. Enfim, não quero falar muito sobre eles, já faz muito tempo que não os vejo e ficar me lembrando dos meus pais só irá me trazer mais saudade.” True fez uma pausa, mas logo continuou: “Eu não sei por que continuo transmitindo essas mensagens. Hoje faz, deixe-me pensar… seis meses e vinte dias aproximadamente que envio, toda semana, essas mensagens na esperança de que alguém do outro lado esteja me ouvindo. Porém, durante todo esse tempo, não recebi sequer uma resposta ou pelo menos a pista de uma. Já tentei de outro modo, através de panfletos anônimos, os quais jogava pelas ruas e outros lugares públicos de grande circulação. Já deixei mensagens nas paredes de becos e até em portas de banheiro. “O que eu estou procurando? Uma chance de escolha se quer saber. Daqui a alguns meses farei dezoito anos, a maioridade vai chegar e meu ingresso no exército também. Não tenho nenhuma vocação para isso. Sou o tipo de pessoa que não consegue seguir ordens da pessoa errada. Não que eu queira ser dono de tudo, não. Só não quero seguir ordens daquele homem, o qual todos o chamamde Führer.” “O mundo precisa mudar, meus caros ouvintes anônimos, e talvez, precise de heróis” — o garoto sorriu. — “Quando era criança, adorava as histórias em que existiam o bem e o mal um de cada lado. O herói salvava todo mundo e a paz reinava. O único problema é que a vida real não é assim.” True fez outra pausa como se estivesse retomando o ar.

Depois de alguns segundos voltou com a sua mensagem. “Nenhum civil tem chance contra o exército, por mais organizado e precavido que seja. Eles possuemalgo a mais, algo que não sabemos o que é. A Liga de Brian Oak foi nossa última tentativa de rebelião, mas foi massacrada anos atrás assim que o exército soube de sua localização.” Ele se lembrou do grupo de alunos que conversava na escada de incêndio sobre uma organização rebelde que havia impedido o ataque de soldados. True olhou bem para o microfone. Estava em dúvida se dizia ou não aquela informação. Daqui alguns meses minha vida vai virar um inferno mesmo. Eu não tenho nada a perder – pensou dando de ombros. “Hoje pela manhã ouvi boatos sobre uma nova organização rebelde. A diferença? Simplesmente um homem da organização conseguiu competir com a força sobrenatural do exército. Talvez eles tenham conhecimento dessa força oculta. Se alguém me ouve, peço apenas uma coisa: Save our souls. Aqui éTrue finalizando mais uma transmissão semanal”. O garoto desligou os aparelhos e colocou os cotovelos sobre a mesa feita de madeira enquanto apoiava o rosto com as mãos. Sua esperança estava se esgotando assim como o seu tempo. Um pouco afastado de onde estava. Um relógio apontava as horas, fazendo o garoto dar um salto da cadeira. Já é noite! Como pude ficar tanto tempo aqui! — True gritava consigo em sua mente. Ele apanhou sua mochila, guardou seus utensílios rapidamente e saiu pela passagem estreita que dava acesso ao beco escuro. O garoto estava faminto e teria que voltar para o dormitório o mais rápido possível, porém sua mente estava atordoada com todos os acontecimentos, então, antes de voltar ao seu minúsculo apartamento, decidiu comer algo na cidade, uma vez que o horário da refeição noturna já havia passado. A noite estava calma, quase não dava para ouvir nenhum barulho, apenas o sussurro do vento e ruídos dos talheres e pratos em um restaurante criado especialmente para alimentar jovens e crianças de até dezessete anos. Eram 19h57, o toque de recolher estava quase na hora de soar, todos deveriam voltar aos seus respectivos dormitórios organizados pelo exército. Como as famílias foram desfeitas e os maiores de idade foram mandados para para os lugares em que eram solicitados pelo exército, os dormitórios se tornaram os novos lares das pessoas. Poucas famílias ainda tinham a sorte de estarem juntas.

O único estabelecimento ainda aberto naquele momento era o restaurante onde True estava junto a mais três homens, um deles era o cozinheiro, que também era dono do estabelecimento a comando do exército, e outros dois homens tinham acabado de chegar ao estabelecimento. O homem, dono do restaurante, os impediu: Desculpe-me cavalheiros, mas não poderei deixá-los entrar. Esse restaurante fornece alimento somente para os jovens menores de dezoito anos, queiram me desculpar, mas são ordens. Os dois homens barrados vestiam capas que tampavam seus rostos, apenas dava-se para ver o começo da boca até o queixo. Desculpe senhor, nos enganamos, mas quero lembrá-lo que está quase na hora do toque de recolher, o senhor não acha que está na hora de fechar o seu estabelecimento? Tem toda razão, só estou esperando aquele jovem terminar sua refeição. Os dois homens misteriosos olharam para True que comia faminto. Ei! Garoto! Está terminando? – perguntou o dono do restaurante. Por que a pressa? – indagou de boca cheia e quase que o homem não entendeu o que dizia. – Não acha que uma refeição deveria ser apreciada? – disse o garoto após esvaziar a boca. Você terá que se apressar e… Enquanto o cozinheiro falava, foi interrompido pelo barulho da sirene que significava o toque de recolher. Que droga! – resmungou ao checar o relógio. – Desculpe garoto, terei que recolher seu prato e fechar o restaurante imediatamente. Se fosse você, ia correndo para seu dormitório antes que o exército te encontre. Ao pronunciar aquelas palavras, surgiu uma idéia na mente do cozinheiro e então, ele virou-se para os dois homens misteriosos para fazer uma pergunta: Vocês não são do exército, são? Porém mais dúvida surgia do cozinheiro, pois os homens já não estavam no estabelecimento. Que estranho – pensou o cozinheiro coçando a área falha onde já começava a cair os cabelos. Nem percebi que eles tinham partido. Enquanto isso, True se levantou, agradeceu pela deliciosa refeição e foi embora. Ele andava calmamente pela rua sem se preocupar com o exército ou punições. Entrou em um beco que lhe servia de atalho para o dormitório quando percebeu que estava sendo seguido. No momento em que começou a correr, olhou por cima dos ombros, se certificando que a pessoa ou o soldado estaria longe, quando voltou a olhar para frente, surpreendeu-se com um homem de capuz que surgira do nada, Ele parou no momento exato para não tombar com o estranho. Outra pessoa com capuz se manifestou atrás do rapaz, cercando-o. Ele então se lembrou dos dois homens que foram barrados no restaurante há poucos minutos. O que vocês querem? Se forem do exército, não estou nem ai… Calma, garoto! Nós não somos do exército – disse um dos homens tirando o capuz. Ele tinha aparentemente cerca de 28 anos, pele branca, olhos azuis, cabelo curto e loiro. Possuía a mesma altura de True.

Meu nome é Light e esse é o meu fiel amigo Romeo. O segundo homem retirou o capuz. Esse tinha um cabelo que batia nos ombros, o qual castanhoescuro e ondulado, olhos também castanhos e pele clara. Aparentava uma idade de cerca de 20 anos, mas sua altura superava a dos dois outros presentes, o que fazia o garoto imaginar que ele teria l,80m. Nós somos da América do Norte, estamos aqui para procurar mais pessoas para nossa organização — disse Romeo. Que organização? – perguntou, franzindo o cenho. Nós te explicaremos mais tarde, venha conosco – falou Light. Não vou a lugar algum com pessoas que não conheço. Só sairei daqui à força. Imediatamente o garoto sacou duas facas curtas que escondia em seu coturno. Ele as tinha roubado no restaurante que estava. Light deu um curto assobio e disse ironicamente: Nossa! Olha o mundo em que vivemos! Queremos conversar um pouco com um jovem e ele saca duas facas para nos agredir – finalizou Light com um pequeno sorriso no canto esquerdo da boca enquanto sacudia a cabeça em um gesto de decepção. São tempos difíceis, mas agora se afastem! – justificou-se o garoto tentando amedrontar o máximo, pois sabia que estava na desvantagem

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